síntese POLÍTICA E PLANOS DE EDUCAÇÃO NO BRASIL: ALGUNS PONTOS PARA REFLEXÃO
POLÍTICA E PLANOS DE EDUCAÇÃO NO BRASIL: ALGUNS PONTOS PARA REFLEXÃO
José Mário Pires Azanha
Síntese das ideias do autor
Desde as primeiras escolas jesuítas até a vinda da família real, já no século XIX, a educação primária e média não se alterou significativamente. Após a reforma constitucional de 1834 (Ato Adicional de 1834), houve a descentralização das responsabilidades da educação popular, delegando-as às províncias, porém, estas quase nada puderam fazer em relação à educação básica, pois não dispunham de recursos para isso, e o que se seguiu na segunda fase do império foi um completo descaso nessa área, mesmo com a criação de algumas escolas normais, que acabaram fechando. Em relação ao ensino médio, que quase totalmente era vistos apenas como um preparatório para os filhos das classes mais abastadas ingressarem no ensino superior. Ainda houve algumas tentativas de estruturação de cursos regulares com propósitos de formação e não de preparação, como o Colégio Pedro II, os Liceus da Bahia e de Pernambuco e outras poucas escolas, mas até para o final do império essas escolas acabaram sendo afetadas pela mentalidade da época que via no ensino médio apenas uma preparação para o ensino superior. Mesmo com a vinda da República, esse quadro pouco se modificou, como é explicado nesse de Fernando Azevedo: ”à parte do laicismo, a infiltração das ideias positivas e do movimento renovador de São Paulo, limitado ao ensino primário e normal e sob a influência das técnicas pedagógicas americanas, todos os outros fatos relativos à educação e à cultura acusavam, no último decênio do século XIX, a sobrevivência das tradições do regime imperial”. Apesar do prodígio da reforma no início da República (com Benjamim Constant Epitácio Pessoa, Rivadávia Correa e Carlos Maximiliano), foi preciso esperar até a década de 20 para que o debate educacional ganhasse um espaço