• As origens da gerência (Trabalho e capital monopolista – Capítulo 02, BRAVERMAN, Harry) Para este autor, o capitalista empenha-se, através da gerência, em controlar e o controle é, de fato, o conceito fundamental de todos os sistemas gerenciais, como foi reconhecido implícita ou explicitamente por todos os teóricos de gerência. Para ele, ainda não era o fato de que a nova ordem fosse moderna, ou grande, ou urbana, que criava a nova situação. E sim as novas relações sociais que agora estruturam o processo produtivo e o antagonismo entre aqueles que executam o processo e os que se beneficiam dele. As primeiras oficinas eram simplesmente aglomerações de pequenas unidades de produção e o modo de trabalho ainda permanecia sob o controle dos produtores que tinham o conhecimento tradicional e as perícias de seus ofícios. Portanto, tão logo os produtores foram reunidos, surgiu o problema da gerência em forma rudimentar. Em primeiro lugar, surgiram funções de gerência pela própria execução do trabalho cooperativo. Em segundo lugar, os estaleiros e fábricas de viaturas exigiam a mistura relativamente complicada de diferentes tipos de trabalho, como os de engenharia civil, etc. Tudo isso exigia funções de concepção e coordenação que na indústria capitalista assumiram a forma de gerência e ele assumiu essas funções em virtude de sua propriedade de capital. Ainda para Braverman, a gerência científica como é chamada, significa um empenho no sentido de aplicar os métodos da ciência aos problemas complexo e crescente do controle do trabalho nas empresas capitalistas em rápida expansão. Foram os economistas clássicos os primeiros a cuidar, de um ponto de vista teórico, dos problemas da organização do trabalho dentro das relações capitalistas de produção, sendo chamados de peritos ou gerência. Para ele, um dos efeitos da gerência científica sobre a classe dos trabalhadores é que ela separa o trabalho mental do manual, reduzindo, a certa altura da produção, a necessidade