Síndrome de kawasaki
A Doença de Kawasaki (DK) foi observada pela primeira vez no Japão em 1950. O primeiro trabalho descrito na literatura sobre essa doença foi em 1967, por Kawasaki e colaboradores, baseado na experiência de 50 casos em crianças de baixa faixa etária. Desde então, casos semelhantes vem sendo diagnosticados em todas as regiões do mundo e não só no Japão, onde a incidência é maior (MAGALHÃES; MELO,1999).
A DK é uma vasculite sistêmica aguda, sendo a principal causa de cardiopatia adquirida na infância em países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento é a segunda causa, atrás apenas da febre reumática. Sem tratamento, 15% a 25% das crianças desenvolvem alterações coronarianas e suas seqüelas tem grande impacto nos cuidados de saúde pediátricos. É uma doença de difícil diagnóstico por não apresentar etiologia definida e método diagnóstico específico e este diagnóstico torna-se mais difícil ainda sem o conhecimento específico do profissional de saúde (RAMOS, 2007; ALMEIDA, et al., 2010).
A DK pode evoluir com diversas complicações, com sequelas tanto transitórias como permanentes, como as complicações coronarianas que podem levar à morte. Casos atípicos da DK têm sido reconhecidos com crescente frequência (ALVES et al., 2011).
A doença se caracteriza por 3 fases: a fase febril aguda, que costuma durar de 1 a 2 semanas e caracteriza-se por febre de início abrupto e geralmente alta, conjuntivite, rash cutâneo, alterações de mucosa oral, adenomegalia, diarréia, vômitos e edema de extremidades. O exantema pode ter várias apresentações, sendo a mais comum a máculo-papular difusa, proeminente no tronco e extremidades, destacando-se a hiperemia de períneo. A segunda fase, subaguda, dura cerca de 2 semanas; inicia-se quando a maioria dos sinais agudos cedem, podendo persistir a irritabilidade e a conjuntivite, pode ocorrer a descamação de ponta de dedos, trombocitose, o aparecimento de aneurismas coronarianos, e morte súbita. Na última fase, de convalescença,