Síndrome compartimental abdominal
Tecnicamente, pode ser definida como pressão intra-abdominal (PIA) constantemente maior que 20mmHg mais a falência de pelo menos um órgão.
Não deve ser confundido com hipertensão intra-abdominal, que seria o aumento da PIA acima de 16,2mmHg, podendo ou não ocorrer anormalidades na perfusão de alguns órgãos e queda do débito urinário. A PIA normal varia de 0 a 12mmHg.
Fisiopatologia
A principal característica é o aumento da pressão abdominal a ponto de comprimir vasos sanguíneos agravando em primeiro lugar o retorno venoso para o coração e a a drenagem de sangue renal. Como o diafragma tem dificuldade de se expandir, existe uma restrição na ventilação. A pressão abdominal acima de 12mmHg já pode provocar distúrbios de perfusão.
Órgãos acometidos e suas alterações
Coração: O aumento da resistência vascular periférica e queda do retorno venoso levam à queda do débito cardíaco.
Sistema nervoso central: aumento da pressão intra-craniana.
Pulmão: Aumenta pressão intratorácica e diminui a ventilação e expansibilidade pulmonar devido à restrição do diafragma.
Rim: diminui fluxo sanguíneo e taxa de filtração glomerular. Queda do débito urinário.
Gastrointestinal: Diminui fluxo sanguíneo. Queda do pH, isquemia.
Etiologia
Fechamento com tensão do abdômen;
Ascite e acumulo de fluido intra abdominal;
Massa e tumores intra-abdominais;
Pancreatite;
Obstrução intestinal;
Excesso de fluidos (infusão de soro fisiológico);
Trauma abdominal, pack abdominal para controle de hemorragias.
Tratamento
O objetivo principal é tratar causa de base. O tratamento complementar pode ser cirúrgico ou não cirúrgico.
Não cirúrgico:
Medidas gerais como jejum, esvaziamento intestinal com enemas, laxantes e passagem de sonda nasogástrica.