SÃO PAULO: SEGREGAÇÃO URBANA E DESIGUALDADE

São Paulo: segregação urbana e desigualdade

O texto tem como objetivo esclarecer os processos e causas que levam à segregação urbana na cidade de São Paulo, também podendo ser aplicados a outras metrópoles. A consciência de que o espaço urbano é socialmente produzido pelo trabalho humano e não dado pela natureza, é tomada pelo autor como o maior avanço ocorrido no campo da ciência da geografia, e começa seu texto com essa afirmação, abrindo espaço para todo o conteúdo nele estudado. Com isso, o conflito de classes se torna evidente e a simples descrição do espaço deixa de ser o único meio de estudo. Tendo em vista a enorme desigualdade econômica do nosso país, a segregação se torna a mais importante manifestação urbana que a evidencia, destacando ainda mais o enorme desnível entre o espaço dos mais ricos e o dos mais pobres.

O autor afirma que seu texto se destaca e avança em relação a outros estudos em alguns fatores, os quais se destacam a negação da forma clássica de segregação centro x periferia, pois a mesma limita-se a denunciar a injustiça, sem explicar e articular a segregação à estrutura urbana e à totalidade social. Além de não ser real, pois o centro cresce mais em uma determinada direção (favorável aos interesses dos mais ricos). Outros fatores que são destacados como pontos diferenciais deste estudo são:

- A inserção histórica
- Relação entre a segregação e totalidade das estruturas sociais e urbanas
- Relação dominação e segregação
- Abordagem da segregação por região geral da cidade (não por bairros)
- Explicar a segregação (não apenas denunciá-la)

O texto faz críticas aos estudos errôneos em torno dos condomínios fechados, pois os mesmo limitam-se a atribuir-lhes os fatores de segurança, interesses imobiliários e cultura, ao invés de os contextualizarem historicamente. O autor ainda os compara com os bairros de até 80 anos atrás como Jardim América, Pacaembu e Alto de Pinheiros, alegando que em nada se distinguem.