São Paulo - Processo de Favelização
Até 1918 não havia favelas. Os cortiços eram o tipo de residência que predominava entre a população mais pobre da cidade. Quando as fábricas começaram a se instalar na região, a principal e mais viável solução da época, foi a construção de “Vilas Operárias” em suas proximidades. As casas eram alugadas ou vendidas para que a mão-de-obra especializada pudesse se instalar próximo ao seu local de trabalho.
Porém, com a intensificação do crescimento industrial, essas vilas já não eram mais suficientes e, do ponto de vista das empresas, não valiam mais a pena. O importante agora era contar com uma força de trabalho barata e profusa. Com essas mudanças, surgem as periferias: aglomerados (muitas vezes clandestinos), carentes de infraestrutura onde se instala a mão de obra recém-chegada. Pelo fato da industrialização continuar a crescer, a periferia também se prolifera, paralelamente aos cortiços, que ainda eram uma opção viável de moradia.
A partir de 1960, quando houve um novo surto industrial, as favelas passaram a ser a principal forma de moradia popular crescendo de maneira desenfreada. Em 1958 a cidade contava com 54 aglomerados favelados e dez anos depois, em 1968, já eram 291. Diante da dificuldade enfrentada pela população de baixa renda para solucionar o problema da moradia, as favelas continuam a crescer de maneira desordenada e, de acordo com pesquisas da PMSP na época, 56% das habitações em São Paulo eram consideradas subnormais alojando um contingente de aproximadamente cinco milhões de pessoas. Observa-se que essas habitações concentravam-se em bairros distantes do centro da cidade e apresentavam um crescimento extraordinário, enquanto as poucas habitações