São Francisco de Assis

A época em que São Francisco de Assis atravessa – finais do séc. XII e princípios do séc. XIII – é marcada pelas grandes contradições vividas no plano eucarístico. Encontramos uma Igreja preocupada com os aspectos disciplinares. Demasiado envolvida na emergente sociedade mercantilista da altura que abriu caminho para o que viriam a ser, mais tarde, as corrupções causadas pelo poder civil. Face aos problemas que apuramos, a Igreja na tentativa de se renovar faz duas reformas. A primeira delas efectuou-se pelo papa Gregório VII delimitada entre o ano 1073 a 1085. A segunda com o quarto concílio de Latrão, mandado constituir no ano 1215 pelo papa Inocêncio III delimitada entre o ano 1198 a 1216, no qual já foi referenciado Francisco ter participado. Apenas com a reforma feita pelo papa Gregório foram presenteados com a renovação da vida monástica, ao nascer de novos movimentos eremíticos -que se esforçaram por preencher as lacunas antes deixadas pela corrupção- dedicando-se à oração e ao arrependimento em oposição á vida da época que era demasiado centrada na busca de poder e riquezas. Os movimentos eremíticos não foram de facto os únicos que vemos a aparecer, também se afirmam os grupos evangélicos heterodoxos com as únicas diferenças da atitude de desaprovação da Igreja quanto a diversos dogmas, a hierarquia eclesiástica e as disposições doutrinais da mesma. Francisco impugnador aos movimentos apresentados percebe que a sua predisposição para viver o Evangelho em fraternidade, em pobreza e como pregador itinerante só se concretizava em toda a sua plenitude dentro da casa do Senhor, a Igreja. O modo de pensar e viver o sacramento da Eucaristia constitui uma novidade para a época, na medida em que apenas se concentra no Evangelho e em pregá-lo mas não desagrada porque a sua adesão à fé e às disposições da Igreja romana são totais, ao ponto de sentir um amor filial pelo papa. Este tema aparece abordado nos escritos de São Francisco, como amante da