sustentabilidade
Não é novidade que as mudanças climáticas vêm causando o derretimento de boa parte das geleiras no mundo, mas a situação pode ser pior do que se esperava. Uma pesquisa realizada pelo Programa de Avaliação e Monitoramento do Ártico (AMAP em inglês) revelou que a velocidade do derretimento do gelo é maior do que se acreditava, o que pode acarretar em uma ascensão ainda maior do nível do mar.
De acordo com a análise, o degelo dos glaciares e calotas polares árticos, incluindo o do manto de gelo da Groenlândia, tem ocorrido duas vezes mais rápido nessa região do planeta, e pode ajudar a subir o nível oceânico entre 90 centímetros e 1,6 metros até 2100, embora o programa mencione que essas estimativas ainda são incertas.
Richard Alley, especialista da Universidade Estadual da Pensilvânia, que não participou do estudo da AMAP, concordou com as estimativas apresentadas, e afirmou que o aumento do nível do mar neste século para mais de 90 centímetros “encaixa com essas estimativas, e mesmo um valor mais alto não pode ser desconsiderado”.
A pesquisa vai ao encontro de um relatório apresentado em março pelo jornal Geophysical Research Letters, no qual cientistas norte-americanos e europeus utilizaram dois métodos independentes – com GPS e com satélites – para medir a massa e a espessura do gelo. Ambos os processos chegaram à mesma conclusão, corroborando com a análise da AMAP.
A ascensão dos níveis oceânicos pode causar os piores danos acarretados pelas alterações climáticas, inundando desde pequenas ilhas a metrópoles. E como o mar não se elevará uniformemente no mundo todo em razão das correntes, ventos e outros fatores, áreas de baixa altitude serão provavelmente as que sofrerão as piores consequências.
Além do gelo continental, as calotas marítimas também estão derretendo mais rápido do que o previsto pela ONU. Em razão disso, é possível que entre 30 e 40 anos não haja mais geleiras no Oceano Ártico durante o verão, o que, entre