Sustentabilidade
Há alguns anos, para escapar de uma discussão em torno da sustentabilidade e da responsabilidade social empresarial e encerrar a questão, bastava citar o economista americano Milton Friedman (1912 - 2006), autor de uma grande polêmica, onde afirmou categoricamente, num artigo que publicou que: “a única responsabilidade social das empresas é gerar lucro para seus acionistas, dentro das regras da sociedade. Do contrário, estes executivos das empresas gastarão dinheiro de uma maneira que não interessa aos acionistas”. Não dá para discutir que a função de uma empresa é gerar lucro. A diferença é que hoje não existe espaço para uma companhia cuja única finalidade seja fazer dinheiro. O problema não está necessariamente na busca do lucro como atalho para o desenvolvimento, mas nos meios utilizados por um grande número de empresas para chegar até esse objetivo. É em momentos críticos que sustentabilidade deixa de ser um conceito ou um instrumento de marketing e passa a ser o limite entre companhias feitas para durar e negócios passageiros. Ser sustentável é, resumidamente, pensar e agir com olhos no futuro, mesmo que isso, em alguns momentos, signifique lucrar menos no presente. Atualmente, a sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável está nas pautas de discussão sobre gestão de grande parte das organizações, principalmente das que tem seu capital aberto com ações negociadas em bolsas. As empresas estão sendo mais cobradas em relação a sua governança corporativa, transparência e sustentabilidade (aqui entendida como o equilíbrio entre seu desempenho econômico, social e ambiental), o que levanta uma relevante questão metodológica para a comunidade de investidores e analistas: como quantificar a importância destes aspectos intangíveis e inseri-los nas análises de preço de ações e de risco de crédito das empresas? Indicadores de Governança e responsabilidade