Sustentabilidade e o profissional de ti
Luciano Martins Costa *
Uma das principais dificuldades das empresas nesta época de grandes mudanças é a adequação de seus instrumentos e processos à estratégia de gestão. E um dos grandes desafios dos profissionais de Tecnologia da Informação é entender a estratégia e a natureza das organizações. Estudos realizados por instituições como o grupo IT Mídia, desde 2002, indicam que a maioria dos CIOs prefere ter ao seu lado profissionais que sejam capazes de analisar o desempenho da empresa, avaliar riscos e participar do planejamento estratégico. Além disso, a própria dinâmica dos negócios, com fortes influências extraterritoriais, faz com que a organização necessite de estruturas ágeis, adaptáveis e sempre voltadas para a inovação.
Nesse cenário, naturalmente são reduzidas as oportunidades de evolução para aqueles que se isolam no ambiente do conhecimento específico, acreditando que basta ser eficiente naquilo que faz pontualmente. Para esses, o futuro reserva a repetição de tarefas operacionais, até que seu conhecimento se torne obsoleto e descartável.
O que torna um profissional de TI obsoleto não é propriamente uma eventual limitação para seguir os desenvolvimentos tecnológicos, ou o desinteresse pela inovação, mas a incapacidade de relacionar inovação à sustentabilidade. Pela simples e nem sempre clara razão de que qualquer inovação só agrega valor se contribuir para a sustentabilidade da organização, seja reduzindo inteligentemente o custo, seja aumentando a produtividade ou melhorando a segurança.
Custo, produtividade e segurança são detalhes essenciais na gestão com foco em sustentabilidade. Sem essa base, poucas organizações têm chance de sobreviver no atual cenário de competição acirrada e sem fronteiras. No entanto, o que define a sustentabilidade é um conjunto de qualidades muito mais sofisticadas, que para serem desenvolvidas exigem mudanças radicais no modelo mental que predomina tradicionalmente