Sustentabilidade e a agenda 21
O sociólogo português, Boaventura de Souza Santos, em artigo intitulado: Uma concepção multicultural dos Direitos Humanos, faz severas críticas ao pensamento universalista ocidental no que tange a construção de um ideal norteador dos Direitos Humanos. Para este autor o Ocidente busca impor aos quatro cantos do mundo seus valores liberais e burgueses, desrespeitando as especificidades de cada região. E a Globalização, fenômeno contemporâneo, é um dos instrumentos a serviço desta ação ocidental, pois dissemina os valores e ideais sempre no sentido norte-sul, centro-periferia, ou seja, países-ricos países-pobres, enfim, é a globalização de cima para baixo.
A agenda 21, logo no primeiro parágrafo do seu documento principal, vem quebrar esta tônica ao destacar que deve ser implementado um ‘um novo modelo de desenvolvimento sócio-econômico e ambiental, construído "de baixo para cima", orientado a melhorar e resguardar a qualidade de vida das gerações futuras.’
O meio ambiente é elemento comum a todos os habitantes do planeta, por isso, é necessário buscar a comunhão de ideias em prol de um desenvolvimento econômico e social que esteja efetivamente em harmonia com o meio ambiente. Deixar que estas decisões sejam direcionadas por meia dúzia de países ou dirigentes de grupo empresarias é, no mínimo, um contracenso.
A Agenda 21 deixa claro que seu objetivo é “servir de subsídio à elaboração e implementação de políticas públicas, orientadas para o desenvolvimento sustentável.” E aponta que toda a sociedade deve pensar soluções para as questões que afligem atualmente o meio ambiente.
Dentre os direcionamentos apontados podemos destacar a necessária releitura dos espaços urbanos e rurais, enfatizando suas inter-relações e como as cidades precisam minimizar os impactos ambientais e maximizar as políticas públicas urbanas. O que poderia dar origem as “Cidades Sustentáveis”. Não deve ser deixado para