Sustentabilidade e Design
Irina Lopes Guedes, Bacharel em Design de Moda pela UNIVALI – Universidade do Vale do Itajaí, irina.lopes@gmail.com Vivemos em um mundo finito. Um mundo de recursos finitos, tratado há muitos séculos como se não o fosse. Tratamento este institucionalizado pelo domínio do sistema capitalista, que supervaloriza o consumo e acaba por somatizar o planeta em que vivemos. Inúmeros problemas decorrentes dessa postura já foram identificados, mas felizmente nossa consciência a respeito do assunto vem crescendo a cada dia. Margolin (1998) diz que já em 1968 houve uma iniciativa no sentido de “examinar o complexo de problemas que desafiam os homens de todas as nações”. Margolin cita dois modelos de sistema em rota de colisão: o modelo de equilíbrio, que assume os recursos mundiais como finitos; e o modelo de expansão mundial, que sustenta o “crescimento dinâmico da produção e do comércio internacional”. E o design?
Como se encaixa nessa situação? Qual a responsabilidade do designer na manutenção do mundo que nos rodeia? Vital provavelmente seria a melhor resposta. Designers pensando em sustentabilidade de forma mais direta e concreta podem ser a chave para um sistema mais equilibrado. Designers são, além de desenvolvedores de produtos e idéias, responsáveis pela criação de desejos. Desejos por novos produtos, desejos por novos serviços, novas experiências. E por que não seriam então os designers capazes de formar o desejo por novos valores? Formar quem sabe um novo ideal de sociedade a partir dos desejos que incitam nos consumidores? Ainda que inicialmente isto continue sendo feito através de produtos, uma vez que é impossível criar uma mudança radical no pensar, isto é viável e em algumas esferas já é realidade. As sacolas reutilizáveis são uma evidência real do poder dos produtos sobre a consciência das pessoas. Graças a elas muitos consumidores passaram ao menos a considerar a reutilização em detrimento do uso de novas