Susentabilidade
Um simples (e errado!) ato corriqueiro de muitas donas de casa pode contribuir e muito para a devastação de nosso planeta. Despejar o óleo de cozinha usado no ralo da pia ou no quintal causa diversos prejuízos ao meio ambiente. Pode-se pensar que ele é inofensivo por ser — e é até aconselhado que seja — consumido em pequenas quantidades. Mas imagine residências, bares e restaurantes lançando óleo velho na natureza durante anos...
Quando descartado na pia, além de entupir o ralo, ele desce pela rede de esgotos e alcança rios ou o mar. De acordo com Emília Leopoldina, formada em Gestão Ambiental e mestranda do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UnP, ao entrar em contato com os mananciais hídricos o óleo cria uma camada em cima da água que impede a penetração solar, causando a morte da fauna aquática, uma vez que a oxigenação da água não é processada. “Além disso também, quando é despejado, o óleo pode ir para o solo, impermeabilizando-o e podendo causar processos de enchente. Ele também pode eliminar gás metano em contato com o sol, o que propicia a chuva ácida.”
Apesar disso, Natal (RN) não possui políticas públicas de coleta do óleo utilizado pela população. A iniciativa privada também não se mobiliza nesse sentido. O supermercado Extra mantém uma estação de reciclagem em sua loja da av. Engº Roberto Freire. Além de plásticos e vidros, a central recebe o óleo de cozinha inutilizado, desde que deixado em garrafas plástica tipo pet. Por semana, é coletada uma média de nove litros. O material colhido é doado para a cooperativa de catadores da Urbana, segundo a assessoria de comunicação da empresa.
Segundo o diretor-presidente da Urbana, Bosco Afonso, a orientação é que a população junte o óleo velho em garrafas pet e, caso não saiba onde descartar, coloque na própria lixeira que os garis darão o destino correto. Mas o procedimento não suscita confiança diante de tanta desinformação sobre o tema.
A diretora do curso