Sus e sua criação
Esta pesquisa, a partir de falas e documentos, teve como objetivo principal aprender o processo participativo no âmbito da Reforma Sanitária e da constituição e implementação do Sistema Único de Saúde – SUS, por meio da análise das relações de poder na implementação do controle social da política de saúde, no movimento da Plenária Nacional de Saúde (de 1987 a 1997), da Plenária Nacional de Conselhos de Saúde (a partir de 1995) e dos conselhos de saúde em geral. Denominou-se esse processo de movimento, não só por representar a aglutinação organizada de entidades e pessoas com objetivos e formas de manifestações articuladas no cenário social e político, como por ser espécie de ato contínuo do chamado movimento sanitário, que deu corpo e forma à Reforma Sanitária Brasileira .Mas especificamente, a pesquisa se estruturou pelo resgate histórico dessa experiência inovadora de participação na esfera política, com uma reflexão crítica sistemática sobre esse movimento e seu processo que aqui se traduz num balanço de mais de três décadas. Essa avaliação considera avanços, dificuldades, enfrentamentos, conflitos e consensos entre os atores em cena e os desafios de uma nova institucionalidade includente do povo organizado. Enfim, a pesquisa tenta trazer uma apreciação dos resultados da participação, ao mesmo tempo como processo e como impacto na institucionalização das políticas de saúde. Após a apresentação de uma síntese do marco conceitual da pesquisa, em seguida, explicita-se a sua metodologia.
SUS – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
O Sistema Único de Saúde, criado no Brasil em 1988 com a promulgação da nova Constituição Federal, tornou o acesso gratuito à saúde direito de todo cidadão.
Até então, o modelo de atendimento era dividido em três categorias: os que podiam pagar por serviços de saúde privados, os que tinham direito à saúde pública por serem segurados pela previdência social (trabalhadores com carteira assinada) e os que não possuíam direito algum.
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