Acesso mais fácil, rápido e oportuno aos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esse é o modelo desejado pela maioria dos brasileiros, segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no final de 2010. A maioria dos entrevistados aponta a falta de médicos (58,1%), em primeiro lugar, depois a demora em ser atendido (35,4%) e conseguir consulta com especialista (33,8%) como os principais problemas da saúde pública no Brasil. “O aumento do número de médicos pode ser entendido pela população como uma solução para os problemas que vivencia, quando, na busca de serviços no SUS, ocorre demora em conseguir marcar uma consulta ou utilizar outro tipo de serviço de saúde”, afirma a pesquisa, que ouviu 2.773 pessoas em várias regiões do país. Para o governo federal, a falta evidente de médicos no Brasil (sintoma) justifica as ações do Programa Mais Médicos. “Talvez o maior desafio de todos é suprir a rede de saúde com profissionais em quantidade suficiente para atender com qualidade toda população. Não apenas aos que têm a sorte de morar perto de hospitais públicos ou de pagar pelo seu atendimento. Mas atender também os que vivem nas periferias mais desassistidas, ao que moram nas cidades pequenas, nas cidades médias, aos que moram em todas as regiões”, disse, no lançamento do programa (8/07), a presidente Dilma Rousseff. De acordo com especialistas, porém, quem conhece a realidade americana sabe que o Brasil, mesmo com todos os pontos negativos do Sistema Único de Saúde (SUS), está anos-luz à frente dos EUA. “O SUS é uma proposta extremamente ousada, avançada e democrática. Temos um financiamento solidário, em que o imposto de todos oferece cobertura para todos”, diz o professor de Saúde Coletiva da Universidade Positivo, Moacir Ramos Pires, um auto-intitulado “entusiasta do SUS”. “Avançamos muito nos últimos anos e somos referência para os países da América Latina e também para os desenvolvidos”,