Surrealismo
Cronologicamente, é o último movimento da vanguarda europeia e surgiu com esse nome em 1924, quando André Breton lançou o Manifesto do Surrealismo. A palavra “surrealismo”, contudo, já havia sido empregada por Apollinaire, em 1917.
O Surrealismo nasceu de uma ruptura com o Dadaísmo, pela desilusão com o seu niilismo e sua autofagia. Enquanto Tristan Tzara queria manter como constante a mera destruição, André Breton e seu grupo consideravam que a ação demolidora deveria ser somente uma das etapas do processo criativo. Queriam elaborar uma nova cultura, encontrar um novo caminho, um meio de acesso às zonas profundas do psiquismo humano. Questionado a organização social e as artes, eles se propunham destruí-las radicalmente para recriá-las a partir de técnicas renovadoras.
O surrealismo se baseia na onipotência do sonho e no desinteressado jogo do pensamento; sua finalidade é resolver as condições previamente contraditórias de sonho e realidade, para criar absoluta, uma super-realidade A Tentação de Santo Antão (1946), de Salvador Dalí (1904-1989). A livre interpretação, que o pintor denominava “método-paranoico-crítico”, é a base da assombrosa invenção onírica de Dalí. O mais combatido e combativo dos surrealistas, foi excluído do movimento, em sua vertente à esquerda, por sua declarada admiração pelo facismo e pelo dinheiro. Deserdado por Freud, que não o levava a serio em suas fanfarrices de palhaço, tido por gênio e charlatão, deixou algumas obras que jamais perderam o poder de instigar e assombrar.
Conflito entre a vida vivida e a vida passada
Os surrealistas valorizam a imaginação: “Para a maioria de nós, a vida real é a vida que não vivemos” (Oscar Wilde).
É necessário, pois, libertar o homem das limitações de uma existência meramente utilitária e, além disso, é preciso que cada um dos recursos que o ser humano, qualquer