Surdos
Mayara Bataglin - UFSM
Resumo: O presente artigo pretende problematizar elementos que vêm constituindo sujeitos que ao longo do tempo foram vistos como sujeitos deficientes: os surdos, e entender como estes elementos – a experiência visual e a arte -, vem produzindo subjetividades surdas. Para tanto, são utilizadas narrativas de surdos que hoje, são referências em sua comunidade em relação as artes, para entender como esses sujeitos são constituídos culturalmente como sujeitos da experiência visual, e como, através da produção, circulação e consumo da arte, esses sujeitos se subjetivam.
Palavras-chave: Experiência visual, arte, sujeito, subjetivação
Introdução
Pensar o campo das artes atrelado à experiência visual na contemporaneidade é problematizá-lo numa relação entre práticas discursivas e de significados. Esse campo de estudos permite entender verdades produzidas por essas práticas discursivas e problematizar sua relação na produção de subjetividades, ou seja, permite entender como determinados sujeitos são alojados numa ordem discursiva, atrelados a relação de poder/saber. Com isso, procurei levantar questionamentos sobre a constituição/significação desses sujeitos.
Em tempos pós-modernos, percebemos que o sujeito não mais é um sujeito puro, não possui mais um essência, mas é um sujeito híbrido, entrecruzado por diversas culturas, diversos discursos e formas de ser. Não há mais como se perguntar: o que é o sujeito, mas: como esse sujeito é constituído. É nesse cenário, através do envolvimento teórico com o campo dos Estudos Culturais, articulando-o a noção de experiência visual, que este artigo pretende analisar como esta articulação vem constituindo “sujeitos da experiência visual”. Utilizo como base teórica para este trabalho os Estudos Culturais, pois estes abordam discussões instigantes, as quais me aproximo, trazendo novos “olhares” para essa