Surdez
O segundo número da Revista Educação reúne onze artigos que trazem, em comum, questões prementes no que se refere ao cenário mundial sobre pesquisas no campo educacional. Os artigos que participam deste número foram agrupados em dois eixos: o primeiro traz artigos com uma diversidade de temáticas que, embora amplas e específicas, não são excludentes e contribuem para ampliar o olhar do professor direcionando-o para as condições da prática pedagógica diante das necessidades educacionais especiais de várias naturezas. A reflexão sobre as necessidades educacionais torna-se importante, visto que o registro legal, por si, não é o bastante para assegurar os direitos de pessoas com algum tipo de deficiência, especialmente numa realidade em que a educação especial tem reduzida expressão política no contexto da educação geral e não está suficientemente incorporada na prática pedagógica.
Como se sabe, as dificuldades de aprendizagem – expressão usada para referir-se às condições sócio-biológicas que afetam as capacidades de aprendizado das crianças em termos de aquisição, construção e desenvolvimento das funções cognitivas - normalmente são identificadas na fase de escolarização e, embora, não sejam indicativas do nível de inteligência, essas crianças têm dificuldades em desempenhar funções ou habilidades específicas. Entretanto, com o apoio e intervenções adequadas, essas mesmas crianças podem obter sucesso escolar e continuar a progredir ao longo de suas vidas. Vygotsky (1989) já afirmava que o auxílio prestado à criança em suas atividades de aprendizagem é válido, pois aquilo que a criança realiza hoje, com o auxílio de um adulto ou de outra criança menor, amanhã estará fazendo sozinha. Nesse sentido, o autor enfatiza o valor da interação e das relações sociais no processo de aprendizagem.
O artigo de Janete Aparecida Marini e Sheila Hamburg Depiatti – Dificuldades de aprendizagem: a experiência de atendimento