Superbacterias-texto
No início do século passado (1928), Alexander Fleming descobriu, acidentalmente, o antibiótico conhecido como Penicilina (originário do fungo Penicillium notatum). Esta substância mostrou-se capaz de matar muitas das bactérias comuns que infectam o homem, entre elas a bactéria Staphylococcus aureus responsável por infecções generalizadas. Durante a fissão binária bacteriana a Penicilina impede a síntese da parede celular, uma estrutura rígida composta por uma trama de moléculas protéicas e carboidratos. Sob ação da Penicilina a parede torna-se frágil o que leva à lise osmótica da membrana citoplasmática. A penicilina foi tida como a droga do século, pois as estatísticas do Departamento de Saúde dos Estados Unidos mostram que nos 15 anos após a entrada em cena dos antibióticos foram salvos da morte precoce 1,5 milhão de norte-americanos. O que ainda não se sabia na época é que as bactérias possuem mecanismos de resistência à ação de antibióticos. Por exemplo, quando Staphylococcus aureus resistentes à penicilina entram em contato com este antibiótico, rapidamente ocorre à transcrição e tradução do gene da βlactamase. Esta enzima, por sua vez, degrada a penicilina e impede a sua ação. Até a década de 60 os cientistas acreditavam que a resistência podia ser transmitida aos descendentes seguindo os padrões de herança genética, contudo atualmente se conhece outro mecanismo muito mais importante, que consiste na transferência de fatores de resistência entre bactérias de espécies diferentes. O papel-chave nesta operação é representado pelos plasmídeos, moléculas de DNA (ácido desoxirribonucléico) situadas no citoplasma das células bacterianas. O uso indiscriminado de antibióticos tem induzido um aumento no número de bactérias resistentes, desencadeando uma guerra interminável na busca de armas cada vez mais destrutivas para micro-organismos cada vez mais resistentes, conhecidos como