Suicídio
Texto sobre o “Suicídio” de Durkheim.
A SOCIEDADE AGINDO SOBRE 0 INDIVÍDUO
Numa de suas obras mais instigantes, O Suicídio Durkheim analisa precisamente um fenômeno cujas causas parecem ser sempre de caráter particular. Ele faz a seguinte reflexão: considerando que o suicídio é um ato da pessoa e que só a ela atinge, tudo indica que deva depender exclusivamente de fatores individuais e que sua explicação, por conseguinte, caiba tão-somente à psicologia. De fato, não é pelo temperamento do suicida, por seu caráter, por seus antecedentes, pelos fatos da sua história privada que em geral se explica a sua decisão?
Mas sua hipótese opõe-se ao comumente aceito. Durkheim procurará demonstrar de que modo o conjunto desses fenômenos poderá ser tomado como um fato novo e sui generis resultante de fatores de origem social que chama de "correntes suicidogênas", verdadeiros estímulos que atuariam sobre os indivíduos exortando-os ou possibilitando que eles procurem a própria morte. Durkheim examina estatísticas nacionais européias e, com base nelas, argumenta que a evolução do suicídio se dá por ondas ele movimento que, embora variem de uma para outra sociedade, constituem taxas constantes durante longos períodos. Como Durkheim propugna em seu método, deve-se começar por uma definição objetiva de suicídio - "todo caso ele morte que resulte direta ou indiretamente de um ato positivo ou negativo praticado pela própria vítima, sabedora de que devia produzir esse resultado”. Delimitado o fato que pretende investigar, eleve-se passar a considerá-lo como um fenômeno coletivo, tomando dados relativos a algumas sociedades para encontrar regularidades e construir uma taxa específica para cada uma delas. Desde um ponto de vista sociológico, Durkheim elaborou uma tipologia dos suicidas. Com isso procurou, uma ver mais, distinguir a Sociologia ele outras ciências que tinham o homem como