Suicídio e trabalho
Trata-se de uma pergunta complexa, repleta de muitas variáveis singulares, tais como a história de vida, a subjetividade e a cultura de cada indivíduo. Por isso, nos limitaremos a discutir apenas uma dessas variáveis: o aspecto cultural do suicídio na contemporaneidade.
Para realizar esta discussão, abordar o contexto cultural da atualidade, através do conceito de “modernidade líquida” descrita por Bauman (2001), para em seguida trabalhar com os conceitos de solidariedade e suicídio egoísta a partir da perspectiva de Durkheim (XXXX), e por fim realizar uma correlação entre estas duas temáticas e o atual mundo do trabalho.
Bauman (2001) considera o período em que vivemos como a pós-modernidade, e a distingue da modernidade a partir de uma metáfora de fluidez. Para ele a modernidade era sólida, e foi através do seu “derretimento” que se originou a pós-modernidade, ou a atual modernidade, descrita como líquida.
Enquanto a modernidade sólida está relacionada ao espaço, à constância e a manutenção de forma, a modernidade líquida não pode ser pensada isolada do tempo, pois flui, movimenta-se a todo momento, passa, muda, transfigura-se como um líquido que escorre.
Segundo Bauman (2001) a transição entre a modernidade e a pós-modernidade ocorreu através de um processo de “derretimento dos sólidos”, que fragilizou as relações sociais, deixando-as expostas a uma racionalidade instrumental e também possibilitou o estabelecimento da economia como base da vida social.
Isso porque, de acordo com Thomas Carlyle (apud Bauman, 2001, p. 10), para que isso ocorresse foi necessário “dentre os vários laços subjacentes às responsabilidades humanas mútuas,