Sucessão em Empresas Familiares
Claudio Goidanich Kraemer
Hoje, nossa sociedade está saturada de informação, mas carente de pessoas capazes de processá-la. O coach, como espelho de outra pessoa, pode ajudar a transformar o imenso potencial de conhecimento das antigas gerações em atitudes que facilitem os jovens a transitarem o rechaço ou o feitiço do poder. Cabe ao coach aproveitar o exemplo de humildade daqueles que cedem o poder e a coragem dos que o assumem, facilitando assim o processo de transição.
As organizações, ao ingressarem num processo de sucessão, enfrentam os “problemas usuais de transição, embates e dificuldades normais de um novo estágio do ciclo de vida organizacional” (Adizes, 2002). A sucessão interfere diretamente na “inter-relação de dois fatores: flexibilidade e controlabilidade” (Adizes, 2002) e neste caso a visão e a capacidade de conciliação de um coaching somada a de um mentoring são fundamentais.
Para ter sucesso nas sucessões familiares, é necessário entender, entre outros, alguns pontos:
1º - Herança é diferente de legado – A empresa se perpetua quando, além da propriedade, a família recebe um legado, ou seja, valores, história, uma cultura da qual se orgulhar.
2º - Que a cultura empresarial deve mudar, pois na segunda geração a empresa deixa de ter um dono que manda para ter sócios que gestionam e devem prestar contas (Davis, 2003)
3º - Que a continuidade da famillia no controle pode ser a melhor “garantia de continuidade da empresa pois existe uma identidade da mesma com seus dirigentes” (Sprungly 1979)
4º - A necessidade de se fazer uma “poda”na inclusão de representantes da familia na empresa (Davis, 2003)
É através de um processo de coaching pessoal e familiar que se pode transformar a momentânea humildade do fundador que abre espaços para seus sucessores em um legado de confiança, uso equilibrado do poder e respeito aos recursos herdados.
Em sua função de escutar, o coach, nestes casos,