Subvertendo o preconceito linguístico
É preciso reconhecer que o preconceito linguístico continua muito forte, e nada vai mudar se a sociedade na qual estamos inseridos não tiver significativas mudanças. Mas podemos tomar algumas atitudes contra o preconceito linguístico.
Em primeiro lugar é preciso que nos tornemos pessoas críticas e investigadoras de nosso próprio conhecimento linguístico, deixando de lado a atitude repetidora, e passando para uma atitude reprodutora, formando-nos e informando-nos.
Em segundo, sermos mais críticos quanto a nossa prática diária de ensino. Ensinar sim o que nos é cobrado, mas sempre com uma atitude crítica, mostrando que esta é apenas uma parte do grande universo maravilhoso que é a linguagem.
Terceira atitude é ensinar mostrando perante todas as cobranças que as ciências evoluem, assim como a ciência da linguagem também. Não podemos mais ensinar à moda antiga, precisamos nos atualizar, e até mesmo inovar.
E a quarta atitude seria assumir uma nova postura, tendo como base o que o autor chamou de DEZ CISÕES, porque representa um corte com todas as ultrapassadas normas da gramática tradicional. São elas:
Conscientizar-se de que todo falante nativo de uma língua é um usuário competente dessa língua, dominando-a por completo.
Aceitar a ideia de que não existe erro de português, apenas diferenças ou alternativas.
Não confundir erro de português com erro de ortografia, que é artificial e pode mudar, ao contrário da língua, que é natural.
Reconhecer que tudo que a gramática tradicional chama de erro é na verdade um fenômeno perfeitamente explicado, se a maioria dos falantes usa uma norma que difere da tradicional, é porque já existe uma regra sobrepondo-se à antiga.
Aceitar que toda língua muda e varia, o que é visto hoje como “certo”, já foi “erro” no passado, e assim sucessivamente.
Conscientizar-se de que a língua portuguesa não vai nem bem , nem mal, ela apenas segue seu curso e sua evolução.
Respeitar a variedade linguística de toda