Substituiçao do petroleo
Logo após a primeira grande crise mundial do petróleo, a partir de 1973, o governo brasileiro decidiu criar um combustível alternativo que substituísse a gasolina e, portanto, a dependência do país em relação aos derivados de petróleo, que era quase total à época (só agora em 2006 é que o Brasil está alcançando sua auto-suficiência na produção de petróleo). Foi assim que nasceu, em 1975, o Proálcool, que além de contar com recursos do governo para pesquisa e desenvolvimento do novo combustível, previa subsídios na venda de veículos e do próprio combustível, além de redução de impostos. O programa teve seu ápice em meados dos anos 80, quando 96% dos automóveis novos vendidos no país eram movidos a álcool. Naquela época, o Brasil passou por um sério problema de desabastecimento com a falta deste combustível. Quando os preços internacionais do petróleo recuaram no início dos anos 90, os brasileiros voltaram a dar preferência por comprar carros a gasolina. Em 2003, apenas 10% do carros novos vendidos pela indústria brasileira eram movidos a álcool. Em 2004, surge uma nova revolução: os carros com motores flexíveis, conhecidos como Flex, que são bicombustíveis - funcionando tanto com álcool como com gasolina ou a mistura em qualquer proporção de ambos. Como o preço do álcool estava baixo, o consumo do combustível cresceu. Isso se refletiu nas vendas de carros no país. Em dezembro passado, 73% dos automóveis vendidos no país eram Flex. Consumo em alta, preços idem. Em 2005, o preço do álcool subiu 28%, frente a uma inflação oficial de apenas 5,69% no ano. Aí, logo nos primeiros dias de janeiro de 2006 - período de entressafra no cultivo da cana-de-açúcar, matéria-prima básica na produção do álcool -, o preço deu um salto de mais 6%, provocando uma pequena crise entre o governo federal e os produtores e distribuidores do combustível. Alguns dias depois, chegou-se a um acordo para fixação de um teto para os