Subdesenvolvimento no Nordeste: causas, efeitos e soluções
Para Celso Furtado, a sociedade nordestina se origina da indústria açucareira, que, com sua rápida expansão, caracterizou o início da colonização portuguesa nas Américas. Esse crescimento, acarretou numa série de consequências, diretas e indiretas, como a necessidade da formação de um setor suplementar para sustentar essa economia, que era basicamente de criação de animais, principalmente o gado, para corte e tiro. Primeiro, houve uma tentativa de estabelecer esse tipo de produção na própria zona litorânea, mas era impraticável. Então, a região semiárida do Nordeste foi ocupada com esse objetivo.
A partir do crescimento da indústria do açúcar, mais e mais produtos eram demandados desse setor periférico, que também se expandia rapidamente. Isso gerou uma economia dependente no interior da região Nordeste, que Furtado designa como “relação centro-periferia. Nessa relação, o desenvolvimento da região central ocasionava o desenvolvimento na região periférica, como visto na relação do Sertão nordestino criador de gado com o litoral açucareiro.
A sociedade da região semiárida nordestina era marcada pela total dependência dos camponeses para com os proprietários de terra. Assim, não havia para o trabalhador a possibilidade de acumular riqueza e ascender socialmente, o que resultava num endividamento cada vez maior e “reproduzir o passado de forma mecânica” (Furtado, 97).
E com a longa permanência da indústria açucareira como principal fonte de arrecadação para a metrópole, essa dependência foi se consolidando cada vez mais, gerando uma disparidade enorme dentro do próprio Nordeste. Além disso, conforme a indústria açucareira foi perdendo força, o Nordeste foi negligenciado e o Centro-sul era o foco. A industrialização era muito mais rápida nessa região e isso causou uma disparidade regional no Brasil.
Foi com o objetivo de promover o desenvolvimento da região Nordeste e eliminar aos poucos essa disparidade que foi criada a Sudene