Sua vida
Quando você tem seus 14, 15 anos você está de boa. Fica no seu PC, no seu MMORPG, no seu FPS, no seu emulador e nada lhe atinge.
Você vai para a aula. Não vê a hora de acabar e voltar para casa, porque aí começa a sua alegria: você vai de encontro ao seu amável computador. Toda a sua diversão está concentrada ali, no meio virtual. Você não precisa de ninguém, certo?
Quem eles pensam que são, na aula? Fazem piadinhas, voltam pra casa e fazem o que? Vão dormir. Não fazem mais nada. Não vêem a hora de chegar o fim de semana, porque aí a vidinha medíocre deles se transforma numa tempestade de emoção e alegria, mesmo que por um curto tempo.
Segunda-feira chega. Você terminou aquela inesquecível história que ficará com você para sempre. Seus colegas saíram no fim de semana, e o assunto de segunda a quinta passa a ser sobre o que fizeram no fim de semana. Você se sente diferente. Como assim, nada de novo acontece com eles? Só esses pequenos momentos de festa?
Mas e a incrível história que você presenciou? Oh, tá certo. Você não pode compartilhá-la com ninguém, afinal os seus colegas não fazem parte desse nicho. Enquanto eles conversam sobre o quão bêbados estavam, sobre quantas meninas pegaram, você tem resguardado em sua memória o desfecho daquela história incrível, daqueles personagens incríveis. Você se divertiu, e está pronto para outra.
Você, quando chega em casa de sexta-feira, fica feliz porque vai poder assistir por mais tempo aquele seu seriado super engraçado. Terminar de ler aquele livro incrível. Jogar aquele jogo espetacular. Isso com 14 ou 15 anos.
Você normalmente rejeita aqueles convites da sala para a festinha de aniversário deles. Qual é, que * é essa? Você quer jogar Chrono Trigger hoje a noite no emulador. Você quer também virar transclasse no ragnarok ainda hoje.
O tempo passa, e você ainda