Srta.
1. Explique o contexto que antecedeu o surgimento da Psicologia no Brasil.
No século XVIII, com o Iluminismo, emergem novas concepções de conhecimento, que tiveram impacto sobre o entendimento dos fenômenos psicológicos. Destaca-se a figura do médico, agora substituto da figura do confessor, na cura dos males da alma.
No século XIX, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, foram criadas instituições destinadas à administração pública e à vida cultural, como bibliotecas, academias e instituições de ensino, Faculdades de Medicina e de Direito, Escolas Normais. Salvador e Rio de Janeiro tornam-se grandes centros urbanos, apresentando problemas relacionados ao aumento de um contingente populacional excluído das condições mínimas de dignidade, como os leprosos, loucos, prostitutas, alcoólatras, crianças abandonadas, muitos dos quais ex-escravos que, já não mais produtivos, eram abandonados à própria sorte e se tornavam alvos de práticas higienistas, como a reclusão em prisões e hospícios, respaldada pelo discurso médico. Em meados do século, com o ciclo econômico do café, mudanças significativas ocorreram, como a penetração de ideias produzidas na Europa, especialmente o Liberalismo e o Positivismo, além de condições sociais e intelectuais que levariam à implantação de um estado republicano e, com isso, condições para mudanças mais profundas na sociedade brasileira. Religiosos, políticos, educadores, filósofos e moralistas foram os primeiros a abordar questões psicológicas no Brasil colonial.
Os saberes psicológicos, no século XIX, foram produzidos principalmente no interior da medicina e da educação; na medicina, em teses doutorais que os formandos do curso de medicina deveriam defender para obter o título de doutor e nas práticas dos hospícios. Grande parte dos assuntos psicológicos tratados referem-se à: paixões ou emoções, diagnóstico e tratamento das alucinações mentais, epilepsia, histeria. A primeira