sr jose
Típico boulevard largo e em linha reta introduzido pelas reformas do Barão de Haussmann no seio de Paris no XIX (visto do alto da Tour Montparnasse)
As transformações de Paris sob o Segundo Império
O projeto de Haussmann envolveu todos os aspectos do urbanismo, tanto no coração de Paris quanto em seus bairros externos: ruas e bulevares, a regulamentação de fachadas, os espaços verdes, o mobiliário urbano, o esgoto e a rede de drenagem, os equipamentos e os monumentos públicos. O urbanismo de Haussmann foi duramente criticado na época, esquecido durante uma parte do século XX (correspondente ao urbanismo modernista) e depois reabilitado após a falha do urbanismo do pós-guerra. Esta abordagem de Haussmann condiciona até hoje o uso cotidiano da cidade de Paris por seus moradores. Ele deu o fundamento da representação popular da capital francesa pelo mundo ao lançar por sobre a Paris antiga e suas ruelas pitorescas uma Paris moderna feita de grandes bulevares e de praças liberadas ao amplo acesso.
Na metade do século XIX, o centro de Paris deixa de ser uma cidadela da idade média. Paris sempre se re-construiu sobre si mesma, mas é verdade que o crescimento demográfico da capital, no século XVIII e nas primeiras décadas do XIX, provoca um adensamento considerável dos bairros do centro, situados na parte interna às muralhas construídas por Carlos V (séc. XIV) e reconstruídas por Luís XIII (séc. XVII). Um labirinto de ruas estreitas condiciona a circulação e as casas acolhem uma população pobre cada vez mais numerosa, à origem de uma insalubridade denunciada pelos higienistas. Segundo as idéias da época, as ruas estreitas e a altura das casas impediam a circulação de ar e a dispersão de miasmas que transmitiam doenças fatais. As classes ricas cada vez mais saíam destes bairros para se instalarem nos "faubourgs" do norte e oeste. É justamente este processo de empobrecimento do centro, com todos os perigos políticos que o acompanham, que as grandes