SPALTME

2692 palavras 11 páginas
Em consonância com os impulsos que perpassam o meu projeto de pesquisa no mestrado, que tem como objetivo a pesquisa sobre a produção de subjetividade que tomará como ponto de partida o meu trabalho artístico, buscarei aqui as possíveis relações entre os meus trabalhos Dra. Diva e Spalt-me com o tema proposto pela disciplina, que gira em torno dos termos Arte, Conceito e Imagem.
Para tanto, usarei o método que venho adotando e que me parece ser o mais justo nesta situação em que o pesquisador/analista é o próprio autor da obra. Enxergo a obra de arte como um sujeito e enquanto tal ela é portadora do seu próprio discurso. Assim, procurarei abordar o trabalho de modo que a obra tenha a liberdade de falar por si mesma, evitando forçar relações apriorísticas que arriscariam cair em um tipo de análise meramente psicologisante da obra. Sei, porém, o quanto isso é difícil, por ser o pesquisador/analista, conforme referido, o próprio autor da obra. Tal situação oferece certo perigo, pois desenvolver um trabalho prático e concomitantemente analisá-lo pode ser um tanto precipitado.
Com raras exceções (como o exemplo de Hélio Oiticica, que demonstrava uma consciência plena e aguda da sua obra mesmo durante todo o processo de realização), me parece evidente que para a maioria dos artistas é necessário certo distanciamento entre a produção de um trabalho e uma análise que se queira mais apurada sobre ele. E isso quem me diz é a minha própria experiência como artista, pois o que me impulsiona é a possibilidade de dar forma às próprias pulsões e desejos que, a partir do momento que se lançam ao mundo, me possibilitam uma aproximação comigo mesma e com o outro. Poder dar forma a tais pulsões é possibilidade de criar significações que, no embate da obra com o mundo, desde o seu processo de criação, geram forças antes inexistentes que são capazes de permitir acessos a lugares antes inatingíveis. É assim que a arte atua mutuamente sobre mim e sobre o mundo (entendido como o modo

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