Os efeitos da Sarbanes-Oxley sobre as estruturas de governança As corporações são um dos principais agentes do sistema econômico mundial. Estas organizações dependem dos recursos advindos dos mercados de capitais e da confiança dos investidores para financiar seus projetos estratégicos de longo prazo e garantir o acesso aos principais mercados mundiais. A solidez dos mercados de capitais tornou-se fundamental para a economia dos países capitalistas e para o estabelecimento do gigantismo das corporações, e este ambiente depende cada vez mais do estabelecimento de relações de confiança, transparência e ética para garantir o volume necessário para o crescimento das empresas e o retorno dos investimentos realizados. As empresas brasileiras, em busca de recursos financeiros competitivos, vêm buscando o principal mercado de capitais mundial, o norte-americano, como forma de expandir sua atuação em novos mercados. Abalada por uma série de escândalos corporativos no início do século, a solidez deste sistema vem sendo restabelecida por novos instrumentos legais, exigindo das empresas brasileiras uma série de adaptações em suas estruturas organizacionais, processos de negócios e ambientes de controles internos. A Lei Sarbanes-Oxley, foi publicada em 2002 pelo governo norte-americano como forma de revigorar os instrumentos legais de seus mercados de capitais. Seu alcance é similar aos instrumentos legais aplicados para a corrigir os efeitos do Crash de 1929, e para sua obter conformidade com seus requisitos, algumas das principais organizações brasileiras vêm transformando suas estruturas de gestão, contribuindo, junto com as novas regras da BOVESPA para o despertar da governança corporativa no Brasil. Cerca de quarenta das principais empresas brasileiras, que negociam valores na bolsa de valores de Nova Iorque (NYSE) passaram a ser afetadas pela lei e obrigadas a adotar padrões mais rígidos de governança e de controles internos, melhorar o relacionamento com seus