sonhos. de akira
O resultado é uma série de imagens tão lindas que somente o cinema poderia conceber. E melhor ainda, que um cineasta do calibre de Kurosawa poderia realizar. Este é um filme que preza a imagem e não os diálogos. O que não é muito diferente de outros filmes do diretor, mas aqui a coisa toma um contorno especial por se tratar de contos que exploram mundos apocalípticos e lendas japonesas.
Depois dos créditos iniciais, uma cartela aparece na tela: "Uma vez eu tive um sonho...". Esse é provavelmente o diretor nos dizendo que estamos prestes a entrar num lugar onde ninguém mais esteve antes. Nos seus sonhos. Outras sete cartelas escritas "Outro sonho..." anunciam os episódios restantes.
Apesar de não aparecer na tela, cada sonho tem um título. Ele começa com um dos sonhos mais sublimes e com pouquíssimas falas. O único diálogo (estaria mais para monólogo) é de uma mãe aconselhando o filho a não sair de casa. Quando chove e faz sol ao mesmo tempo as raposas se casam e não gostam de serem vistas. O aviso só desperta a curiosidade do menino que observa uma linda cerimônia impecavelmente coreografada. Assim começa o filme com "Um raio de sol através da chuva" e já estamos arrebatados pelas imagens.
O conto seguinte não faz menos do que o primeiro. "O jardim das pessegueiras" mostra um menino que chega em uma plantação de pessegueiros, pessegueiros que seus pais cortaram. Lá ele se encontra com um grupo de "espíritos" que representam as pessegueiras cortadas, e de novo uma bela coreografia ainda mais intrincada toma conta da tela.
Os sonhos vão se seguindo, e percebemos a