Somália
Sem governo há nove anos, a Somália dividiu-se em vários enclaves que tentam ter vida independente A última vez que a Somália mereceu alguma atenção internacional foi em 1994, quando as tropas dos Estados Unidos, chamadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para colocar ordem na casa, abandonaram o país derrotadas. Dias antes da retirada americana, o mundo se chocara com a imagem do corpo esquartejado de um soldado arrastado pela turba pelas ruas da capital, Mogadíscio. Agora quem está sendo esquartejada é a própria Somália. Sem governo central desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi escorraçado do poder, o país continua mergulhado na batalha insana entre seus mais de trinta clãs e os respectivos senhores da guerra. O país praticamente não dispõe de serviços públicos, sistema de ensino ou de saúde, não coleta impostos e não tem representação diplomática em nenhuma capital ou foro internacional. No vácuo deixado pela ausência de comando germinaram novos países que se autoproclamaram independentes, mas que não receberam reconhecimento internacional.
O mais próspero desses pseudopaíses é a Somalilândia, que ocupa a região norte da Somália geográfica. Tida como independente desde 1991, a região tem presidente, Parlamento, Poder Judiciário e polícia próprios. O orçamento do país é de apenas 15 milhões de dólares, o equivalente ao preço do passe de um jogador de futebol médio. Um ministro do novo Estado ganha 20 dólares por mês. Como não é reconhecida no exterior como nação independente, não mantém nenhuma forma de comércio exterior nem recebe ajuda externa de espécie alguma. Sua única relação com o mundo se dá por meio de alguns governos da Europa que mantém negociações não oficiais visando repatriar refugiados indesejados.
Violência. Em 1998, na zona fronteiriça com a Somalilândia, foi fundada a Puntlândia, que ainda está montando sua estrutura de governo própria. Existem ainda iniciativas para a criação da Hiranlândia,