Som, especificando o amplificador
25 – 02 – 2007
Homero Sette Silva
Na hora de escolher o amplificador adequado para alimentar um alto-falante geralmente o senso comum deixa a desejar e, para evitar dissabores e prejuízos, precisaremos tecer algumas considerações técnicas a esse respeito. Em primeiro lugar devemos ter em mente que a musica é um sinal muito peculiar, possuindo um fator de crista, ou seja, o cociente entre a potência de pico (musical) e a potência média (erradamente chamada de RMS) tipicamente igual a 10, conforme a tabela abaixo. Isto significa que os picos são muito elevados, mas o valor médio é pequeno, como podemos depreender da figura ao lado.
Tipo de programa Onda Quadrada Senoide pura Onda Triangular Ruído rosa Aplauso ou Musica muito comprimida Rock pesado (médio grave de guitarra) Axé (graves) Axé (médio grave) Pop, Rock comum Jazz, Orquestra Voz humana falada Fator de Crista restrito / amplo Em dB Em vezes 0/0 1/1 3/3 2/2 5/5 3/3 9/9 8/8 9 / 10 8 / 10 10 / 12 10 / 14 12 / 15 12 / 15 15 / 20 10 / 30 15 / 15 10 / 16 10 / 25 16 / 32 16 / 32 32 / 100 10 / 1000 32 / 32 Potência média Obtida de um Amp. de 100W 200 / 200 W 100 / 100 W 67 / 67 W 25 / 25 W 25 / 20 W 20 / 12,5 W 20 / 8 W 12,5 / 6,5 W 12,5 / 6,5 W 6,5 / 2 W 20 / 0,2 W 6,5 / 6,5 W
Assim, um amplificador de 1000 Watts por canal, reproduzindo um programa musical típico, vai entregar apenas 100 Watts de potência média. Isto, para um falante de 500 Watts vai representar um risco de queima muito pequeno. Mas, ao tentar obter mais Watts RMS do seu amplificador ele irá distorcer severamente se os limitadores do próprio amplificador (ou de algum periférico) não reduzirem a amplitude do sinal evitando, assim,
a distorção. Se elevada distorção acontecer a vida dos alto-falantes estará sendo colocada em grande risco, pois estes irão aquecer excessivamente (devido à sobrecarga produzida pelo conteúdo harmônico, gerado pela distorção) e ficarão submetidos a enormes acelerações (pois o