Sol na visa
Ápice e queda da engenharia de projetos no Brasil A engenharia de projetos se desenvolveu no Brasil a partir dos anos 70, onde empresas como a Natron, Promon, Jaakko Poyry, Cenpes-Petrobras dentre outras, de forma a atender a crescente demanda do mercado químico, e em particular do mercado petroquímico, tiveram um ambiente fértil na atratividade de profissionais, principalmente das universidades. Havia o consenso nos setores empresariais de que o Brasil não poderia se desenvolver sem uma engenharia competente e sem independência do exterior. Aliás, nessa época comprar serviços de engenharia fora do Brasil era quase considerado um crime contra a nação. Os jovens “sentiam” que trabalhar em empresas de engenharia desenvolvendo projetos básicos e de detalhamento, era uma atividade nobre altamente valorizada pelo mercado. Contudo nessa época, e atualmente, o Brasil não adquiriu competência para desenvolver tecnologia, com raras e honrosas exceções, como Embraer, Emprapa e Cenpes-Petrobras. Normalmente os melhores alunos eram direcionados para projetos. Não havia barreiras para a entrada no mercado de trabalho para os jovens recém formados. Não era impedida a participação deles em projetos, quaisquer que fossem. Pelo contrário, havia incentivo. As empresas contratantes delegavam ao mercado a responsabilidade da capacitação dos traineers, que aprendiam com os profissionais seniors já treinados por outros. Engenharia de projetos somente se desenvolve em trabalho on-the-job. Foi assim comigo na Promon e com diversos colegas, a maioria hoje já prestes a saírem do mercado de trabalho desiludidos, ou fazendo juz a merecidas aposentadorias. Em paralelo as empresas estavam sendo criadas “dentro desse espírito”. Em particular, nos Pólos Petroquímicos que surgiam, o modelo era tripartite: governo (Petroquisa) + iniciativa privada, + sócio-estrangeiro). As empresas adquiriam tecnologia do sócio estrangeiro, que incluía treinamentos no know-how