Sofrimento Fetal
O sofrimento fetal pode ser definido como um conjunto de sinais durante a gravidez (antes ou durante o parto) que indicam que o feto não está bem. Muitas vezes, ao interrogarmos as mães acerca do parto, ouvimos como resposta que o parto foi provocado mais cedo, ou que foi cesariana, porque o bebé estava em sofrimento.
Geralmente, é uma situação que causa maior sofrimento aos pais do que ao feto, tendo em conta que estes apenas podem observar e consentir passivamente nas decisões médicas e que o feto, na maioria das vezes, está bem.
São geralmente infrutíferas as tentativas de tentar tranquilizar os futuros pais, já que os próprios profissionais de saúde experimentam, também, algum grau de ansiedade que pode alterar a conduta de vigilância habitual, de acordo com o tempo de gravidez, a gravidade ou a urgência da situação.
Nos últimos anos, o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia (ACOG) tem vindo a afirmar e alertar que a expressão «sofrimento fetal» é imprecisa e não específica, e recomenda a sua não utilização na prática clínica. Muitas vezes, suspeita-se de sofrimento fetal, sendo a actuação clínica baseada nessa previsão. Felizmente, na grande maioria dos casos, o resultado é o nascimento de um recém-nascido com uma vitalidade normal, ao contrário do que se esperava.
Actualmente, pensa-se que a terminologia utilizada entre clínicos (obstetras e neonatologistas) e entre clínicos e pacientes será mais adequada se se substituir a expressão «sofrimento Fetal» por «estado fetal não tranquilizador», seguida de uma descrição detalhada dos achados que levantam alguma suspeita relativamente ao bem-estar do feto.
Em que difere o sofrimento fetal de um estado fetal não tranquilizador?
O sofrimento fetal associa-se a um feto/bebé doente, enquanto que um estado fetal não tranquilizador traduz a interpretação clínica de dados relativos à saúde fetal (o clínico não fica tranquilo perante os achados dos exames que permitem avaliar o