sofistas
OS SOFISTAS
O "movimento sofista" - e não "Escola Sofista", como erroneamente se costuma classificar aquele grupo de filósofos surgidos no século V
a.C. - rompe com toda a herança cultural grega, desde Homero, em meados do século
VIII a.C., e inaugura uma nova forma de pensar, agora centrada no homem.
OS SOFISTAS
Alguns motivos teriam induzido à formação dessa fase do pensamento na Grécia Clássica: esquematização da participação popular nos instrumentos de exercício do poder; sedimentação de um longo processo de reorganização social e política de Atenas; necessidade de domínio da técnica de falar, para o uso assemblear; entre outros.
OS SOFISTAS
Três acontecimentos, porém, sintetizam a formação desta nova forma de se pensar: 1) a liberdade de expressão; 2) a organização de homens dotados da técnica de utilização das palavras (a quem se encomendam discursos jurídicos) na praça pública; 3) a utilização da palavra para definir o justo e o injusto.
OS SOFISTAS
No plano do debate filosófico, o resultado dessa mudança de eixo da cultura grega não foi senão a relativização da justiça. Os sofistas foram mesmo radicais opositores da tradição, e grande parte dos esforços teóricos e epistemológicos dos sofistas recaiu exatamente sobre definições absolutas, sobre conceitos eternos, sobre tradições inabaláveis.
OS SOFISTAS
Isso porque, no debate entre o prevalecimento da natureza das leis (physis) e o prevalecimento da arbitrariedade das leis (nómos), os sofistas optaram, em geral, pela segunda hipótese, sobretudo os partidários das teses históricas acerca da evolução humana; a lei
(nómos) seria responsável pela libertação humana dos laços da barbárie. Isso porque, coerentemente com seus princípios, diziam ser o homem o princípio e a causa de si mesmo, e não a natureza.
OS SOFISTAS
Destarte, preconizavam que os homens deveriam submeter-se ao poder daquele que ascendesse ao controle da cidade por meio da força; a justiça é vantagem para aquele que domina