Sofistas e a concepção de justiça
Os sofistas são relativistas (cada um tem uma idéia de verdade e pode convencer os outros).O fundamento de verdade pode ser a natureza ou a convenção. Para os sofistas a verdade é aceita pela teoria do convencionalismo, ditada pelo momento e pelas circunstâncias.
A Justiça foi um dos principais termos abordados pelos sofistas, já que ela está inserida no campo das ações humanas. Foi tratada de uma maneira convencionalista, não chegando a definir o justo e o injusto como verdades absolutas, apenas prendendo-se às circunstâncias.
Platão, como discípulo de Sócrates, seguiu a mesma linha de pensamento de seu mestre e em seus diálogos tentou alcançar a justiça verdadeira, uma vez que a definição da época era meramente convencional. Platão discute o problema do homem justo fazendo objeções durante o diálogo que desenvolve com Céfalo, Polemarco e Trasímaco, utilizando-se da ironia, na qual ele convence o interlocutor de sua ignorância. Céfalo define o conceito de justiça tradicional, que consiste em " dar a cada um o que lhe é devido". Sócrates refuta tal conceito mostrando que se justiça é dar a cada um o que se deve, às vezes estamos sendo justos e outras vezes injustos (exemplo das armas). Céfalo se convence da imperfeição de seu conceito e se retira, dando espaço para o seu filho, Polemarco, proseguir com a discussão. Polemarco completa a definição de seu pai dizendo que justiça é " restituir a cada um o que é seu, de maneira conveniente, fazendo bem aos amigos e e mal aos inimigos". Sócrates refuta a definição por meio de quatro argumentos: a justiça só é útil quando não precisamos dela; o homem justo não pode roubar; os homens se enganam a respeito de seus verdadeiros amigos; fazer mal não é