Sofismas
Um conceito intrigante, para não dizer desafiante, presente nas leis econômicas, diz respeito ao sofisma de composição.
Trata-se de uma forma incorreta de raciocínio, bastante comum no campo das ciências sociais e da economia em particular, que pretende imputar ao conjunto certos princípios ou leis que são válidos apenas para uma parte do todo.
Em economia, não é sempre que um princípio válido para um agente econômico, individualmente considerado, será válido também para a economia como um todo. Vamos a dois exemplos simples:
1. Quando um produtor agrícola, individualmente considerado, cuja produção atende a uma diminuta parcela do mercado total, obtém uma colheita excepcional, excedendo inclusive aos padrões correntes da produtividade agrícola em sua região, é alta a probabilidade de que sua renda real exceda às melhores expectativas.
Todavia, se todos os produtores obtiverem excelentes colheitas, em razão, por exemplo, de melhorias nos padrões genéticos de sementes, de novos desenvolvimentos em tratos culturais ou de favoráveis condições atmosféricas, não se pode mais dizer que é alta a probabilidade de que a renda de todos exceda às melhores expectativas.
Pode mesmo ocorrer o oposto, à medida que a safra excelente resulte em redução de preços: os preços rebaixados poderão comprometer o rendimento real da atividade. O que era válido para o produtor individual não é necessariamente válido para o conjunto.
2. Por seu caráter precaucional, a poupança, em escala individual, é considerada uma virtude, mesmo que seus níveis em relação ao rendimento sejam elevados. Todavia, se o nível da poupança