Sociopatologia e Psicopatologia
O campo da patologia contém duas áreas que não podem ser confundidas: uma é a da psicopatologia e outra da sociopatologia; a primeira diz respeito aos problemas internos (intrapsíquicos), e que deverão ser analisados psicologicamente – posso mesmo dizer que neste caso o ser humano é vítima de si mesmo; e a segunda trata das dificuldades sociais, quando o ser humano se torna vítima da sociedade doente.
Posso afirmar que quanto mais sã é a pessoa, mais sofre por causa dos males sociais – e quanto mais doente ela é, mais faz sofrer a vida social.
Portanto, é necessário ter essa consciência sobre a existência de dois tipos de males fundamentais que avassalam a humanidade: uma patologia individual e outra social (mais perigosa ainda) – que tem sido a maior responsável por todos os nossos descalabros.
Quando falo em sociopatologia, não estou mostrando só a patologia social, mas também a doença do ser humano vitimado pela sociedade enferma. É claro que existe um caso ou outro de indivíduos acentuadamente doentes, invejosos ao extremo, que atacam sem motivo – mas o que se nota em sua maioria é que a estrutura econômico-social é o pior dos monstros que causa a maior parte dos transtornos para a humanidade, levando-a ao adoecimento psíquico e orgânico.
Pelo esquema (acima) vemos que a sociedade enferma é muito mais perigosa que um ou outro indivíduo doente – a não ser que ele tenha muito poder social – pois a sociedade atinge a todos, enquanto que os seres individuais somente a um ou outro (amigos, família, grupos). É por esta razão que o tratamento do ser humano tem de ser acompanhado da correção da vida social para que possa haver a normalização individual. O ser humano não pode viver equilibradamente se a sociedade é desequilibrada. Assim sendo, temos de conscientizar tal fato para que possamos corrigi-lo. Esta é a finalidade destas descobertas.
Em meus últimos livros (“A Decadência do Povo Americano e dos