Seleção canarinho supera ausência de Pelé e conquista com autoridade o bicampeonato mundial de futebol no Chile, com espetáculo particular de Garrincha, o nome da Copa Na preparação para o VI Campeonato Mundial de Futebol, no Chile, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) seguiu à risca a máxima popular: em time que está ganhando não se mexe. A seleção desembarcou no Chile com praticamente a mesma equipe titular que triunfou na Suécia, quatro anos antes. Se por um lado o escrete lucrava com a experiência dos veteranos, por outro perdia em vigor atlético – sete dos onze atletas já haviam cruzado a barreira dos 30 anos. Até o início do torneio, todavia, ninguém encarou o fato como um problema. Afinal, com Pelé em forma galopante, era consenso que a locomotiva negra de 21 anos puxaria a equipe rumo à vitória. Por isso, quando uma contusão na coxa tirou o camisa 10 canarinho da Copa do Mundo de 1962, logo no segundo jogo do torneio, a apreensão tomou conta da delegação e dos torcedores. Mas os deuses do futebol escrevem certo por pernas tortas. A ausência de Pelé abriu espaço para outro gênio assumir as rédeas da seleção: foi Garrincha, maquinista de fala mansa e futebol indomável, quem conduziu a equipe ao bicampeonato mundial. Em terras andinas, o Brasil foi Mané e mais dez. A façanha dos rapazes de Aymoré Moreira inscreve o país em definitivo no quadro de potências do futebol – ao lado de Uruguai e Itália, somos agora duplos vencedores do torneio máximo do esporte. Torneio que, aliás, ganha em importância a cada dia: ao contrário do que ocorreu em 1950, quando alguns países do Velho Continente preferiram não encarar a travessia do Atlântico para jogar futebol no Brasil, desta vez as vagas foram disputadas com fervor pelos europeus, em empolgantes partidas eliminatórias. França e Suécia, por exemplo, terceira e segunda colocadas em 1958, ficaram de fora desta edição, eliminadas respectivamente por Bulgária e Suíça. Diversas nações da