sociologias
Parentalidade nas Famílias Contemporâneas
MARGARIDA MESQUITA
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RESUMO:
As mudanças ocorridas, nos últimos séculos, nas sociedades ocidentais, em geral, e nas famílias, em particular, suscitaram profundas mudanças na parentalidade. O crescente interesse pelas crianças suscitou novas e complexas exigências nos papéis parentais ao mesmo tempo que a crescente integração das mulheres no mercado de trabalho veio desenvolver novos contextos na articulação das esferas profissional e familiar. Em relação às mães, tradicionais prestadoras de cuidados às crianças, espera-se que se envolvam, também, na esfera do trabalho. E dos pais, tradicionalmente mais centrados na esfera profissional, reclama-se um maior envolvimento na parentalidade. Tendo em conta as exigências, em tempo e energia, de ambas as esferas, a do trabalho e a da parentalidade, muitos pais e mães, embora satisfeitos consigo próprios e com o par, sentem-se frustrados, por não se envolverem tanto quanto gostariam na parentalidade, e stressados no desempenho desse seu papel, como demonstrou um estudo realizado numa amostra de 200 mães e 158 pais de crianças em idade préescolar.
Introdução
As profundas mudanças que vêm ocorrendo, nos últimos séculos, nas sociedades ocidentais, em geral, e nas famílias, em particular 1, têm tido importantes impactos na parentalidade, colocando novos desafios aos progenitores nessa função já de si extremamente exigente
Na sociedade cresceu o interesse pelas questões da infância e na família as crianças têm assumido uma maior centralidade (Ariès (1973): 1981). O que se traduziu na assunção dos papéis parentais como gratificantes, do ponto de vista pessoal, e muito valorizados, do ponto de vista social.
Sobre esta temática recomenda-se as leituras de Gimeno (2003), Segalen (1999), Saraceno & Naldini
(2003), e