Sociologia
1. INTRODUÇÃO A ordem patrimonialista de organização que dominava a sociedade agrária do Brasil, também esteve presente nas relações de trabalho. A deterioração do sistema agrícola causado pela industrialização capitalista fez com que a ordem patrimonialista se alterasse para uma nova ordem de organização social, no caso a burocracia. O objetivo deste trabalho é mostrar a organização trabalhista no período agrário (portanto, ordem patrimonial / tradicional) e como se altera no período industrial (ordem burocrática / legal), e a partir disso mostrar três teorias da Sociologia das Profissões, e mostrar como essas teorias se encaixam na sociedade brasileira. A hipótese é a de que no sistema patrimonialista não se pode falar em profissão, já que o sistema repousa sobre a tradição, onde a elite dinástica recruta a mão-de-obra conforme as relações tribais e de família, favorecendo empregados dóceis e leais, ao invés de favorecer necessariamente os mais produtivos, e por isso, estes trabalhadores não desenvolvem habilidade e conhecimento suficientes numa tarefa, a ponto de serem considerados profissionais. Para realizar este trabalho serão analisadas as mudanças nas relações trabalhistas no Brasil, partindo das relações patrimonialistas e como se insere a ordem burocrática (necessária a sociedade moderna), através do livro “O Brasil Arcaico” (Lopes, J R B). Em seguida será apresentados três pontos de vista da Sociologia das Profissões, sendo eles: teoria do profissionalismo (Freidson e Larson) e a teoria das competências (Kober). O fechamento do trabalho se dará numa breve conclusão sobre os pontos de vista e a sociedade brasileira.
2. DA ORDEM PATRIMONIAL PARA A ORDEM BUROCRÁTICA Durante o período agrário no Brasil a organização social foi baseada no sistema patrimonialista de poder. Este sistema tem como característica principal a tradição, nele o sistema político é paternalista (Estado