“Sociologia e sociedade pós- industrial: uma introdução”
Uma ciência social
O autor, Paulo Sérgio do Carmo, inicia seu livro fazendo uma crítica ao poema “Liberdade”, de Fernando Pessoa, por exaltar o não cumprimento dos deveres de um cidadão, além de não dar importância à prática de leitura, considerada por grande parte das pessoas como algo tedioso. Com isso, ele classifica a sociedade como hedonista, ou seja, onde tudo é voltado para a busca do prazer imediato.
A sociologia nos leva a questionar nosso modo de ver o mundo em que vivemos. Devemos pôr em questão nossa cultura. Muitas vezes aceitamos, sem questionar, um ato ou uma conduta. Não percebemos que a nossa maneira de ver, agir e sentir é resposta a um hábito cuja origem desconhecemos; e a sociologia atua contra esse desconhecimento, com o objetivo de nos surpreender com aquilo que vivemos cotidianamente na sociedade.
Portanto, a questão central está em saber quem somos. E a resposta vem de diferentes ramos da ciência. O avanço da ciência trouxe dúvidas, perplexidades e novos conhecimentos que desalojaram velhas crenças.
As indagações sociais
O estudo sobre a sociedade humana começou com os filósofos gregos Platão e Aristóteles.
No século XVIII, Rousseau apontou a forte influência da sociedade sobre o indivíduo, onde afirma que “o homem nasce puro, a sociedade é que o corrompe”.
Foi no século XIX – com Augusto Comte (o pai da sociologia), Herbert Spencer e, principalmente, Émile Durkhein (foi com ele que a sociologia passou a ser considerada uma ciência), Max Weber e Karl Marx – que a investigação dos fenômenos sociais ganhou caráter verdadeiramente científico.
Embora, de forma alguma, negue a individualidade, o sociólogo se interessa principalmente pelo que há de coletivo nas atitudes de determinado grupo. Por isso, se nos basearmos no argumento de que “todo indivíduo é diferente”, não poderíamos fazer quaisquer previsões sobre a maneira pela qual uma pessoa se comportaria em determinadas