Sociologia-Weber
Belo Horizonte
2014
A ÉTICA PROTESTANTE E O CAPITALISMO
Para Weber, a modernidade é sinônimo de racionalização. Esse fenômeno, que surgiu a partir do campo religioso e se disseminou para outras esferas, foi impulsionado pela reforma protestante e inaugurou a chamada ética protestante. Esse código moral ajudou e influenciou na formação e consolidação do capitalismo, pois, segundo Weber, ele interfere positivamente no comportamento econômico do indivíduo e consequentemente para a expansão da economia em geral. Alguns dos principais elementos abordados por tal código moral podem ser analisados a partir das quatro principais vertentes do protestantismo: calvinismo, pietismo, metodismo e seitas batistas.
O calvinismo foi pioneiro ao atribuir um cárater religioso ao trabalho. Segundo essa doutrina, o trabalho era considerado uma vocação, algo sagrado. E, portanto, mesmo que não fosse necessária a realização do mesmo para prover o sustento, ele deveria ser exercido já que era uma atividade religiosa. O conceito vocação, juntamente com a ideia de predestinação, configura que o ser humano já nasce predestinado por Deus à salvação ou ao inferno e que nada pode interferir nesse processo, de modo que o trabalho é uma obrigação para todos os homens, e o sucesso econômico é apenas um sinal disso.
Sua vocação é algo que o homem deve aceitar como uma ordem divina, à qual deve se adaptar. Este aspecto é mais importante que a outra idéia, também presente, de que o trabalho vocacional era uma, ou melhor, a tarefa confiada por Deus. (WEBER, 1999, p. 37).
Portanto, a riqueza não era o objetivo central, era apenas a consequencia do trabalho duro e da motivação religiosa. Além disso, o homem calvinista para se certificar da salvação, dedicava seu tempo a trabalhar e em consequência disto, foi formado um grande número de postos de trabalho.
No entanto, seguindo as concepções ascéticas, os