Sociologia urbana
Atualmente, as favelas são mais do que manifestações de moradia de baixo nível. Elas são sintomas de sociedades urbanas disfuncionais, que abrigam diversos e graves problemas relacionados à falta de qualidade de vida. E dentre eles, o risco de incêndio que, em virtude do seu poder de destruição, impacta negativamente, tanto nos aspectos sociais quanto econômicos e ambientais.
Segundo o relatório das Nações Unidas sobre os Centros Urbanos no Mundo¹, se for mantido o índice de crescimento das favelas, atualmente estabilizado em 0,34% ao ano, o Brasil terá, até 2020, 55 milhões de pessoas vivendo em áreas livres, ou seja, o equivalente a ¼ da população brasileira.
Para reverter essa situação o Ministério das Cidades, com a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano, os governos estaduais e locais têm envidado esforços. Entretanto, tal empenho, bem como as inovações tecnológicas que estão sendo produzidas, demonstram que a solução definitiva do problema habitacional ainda demandará algum tempo e uma grande soma de recursos financeiros para ser solucionado.
Enquanto isso, em curto prazo, nota-se uma tendência de agravamento do problema, em virtude do aumento da concentração populacional, que está em curso nesses locais, provocando o crescimento da utilização de equipamentos e de energia, aglomeração de materiais combustíveis, etc.
Basta um olhar um pouco mais atento a um assentamento urbano precário para que um número muito grande de riscos de incêndio salte aos nossos olhos: instalações elétricas precárias, por conta da sobrecarga em fiações inadequadas e falta de dispositivos de proteção; alta quantidade de materiais combustíveis na construção e no interior das habitações; fontes de calor como fogareiros, fogões e aquecedores utilizados de maneira inadequada e proximidade entre as habitações, facilitando a propagação do fogo.
Situação que se agrava pela falta de conscientização, por parte da população, dos riscos existentes ali e,