Sociologia Policial
O DILEMA POLIVALÊNCIA-ESPECIALIZAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
Atualmente nas sociedades modernas assiste-se a mudanças culturais bem como a uma alteração das estruturas sociais que ocorrem a um ritmo muito acelerado. Essas alterações provocam vários tipos de pressões nos corpos de polícia, tanto a nível interno como a nível externo. Para fazer face a estas mudanças os corpos de polícia, tal como todas as outras instituições públicas, sentem a necessidade de se adaptarem a esta nova conjuntura social. Os corpos de polícia adaptam-se de modo a acompanhar a evolução da sociedade de que fazem parte, ou correm o risco de se isolarem ou mesmo de serem rejeitadas pela própria população. Adaptar-se não implica propriamente uma mudança radical dos valores fundamentais da instituição, mas sim uma flexibilidade na procura de soluções, quer para os novos problemas quer para os problemas anteriores, de modo a continuar a cumprir os objetivos institucionais mas sem quebrar a atual coesão social. Face a esta nova conjuntura os corpos de polícia enfrentam vários dilemas nos quais se destaca o dualismo vs. monismo policial e a polivalência vs. especialização. Este estudo irá incidir sobre o dilema entre a polivalência e a especialização e de que modo é que estas duas formas de exercer a função polícia coabitam no seio da mesma instituição. Para além de desenvolver e abordar estes dois conceitos separadamente é necessário também analisar o caso da Gendarmeria de França, onde este dilema surgiu pela primeira vez em corpos militares de polícia e, posteriormente, será analisado o caso português. (Alves, 2007)
2. A POLIVALÊNCIA
É normal associarmos os corpos militares de polícia a uma força de caraterísticas polivalentes. Mesmo devido às suas vastas competências atribuídas pelo Estado a estes corpos de polícia, é inevitável estes afastarem-se de um caráter polivalente. Um bom exemplo de atividade policial de caráter polivalente é o caso do policiamento de proximidade e