Sociologia jurídica
Valéria Montenegro
Prof. Universidade Federal do Maranhão
(Filosofismos)
Eis que aponta em pleno céu, o bólido luminoso. Vem de um grande fogaréu interior o seu brilho.
Atravessa, intimorato o espaço visto. Sua trajetória é um rasgo ígneo na estampa da paisagem da faixa atmosférica. A velocidade confunde os parcos sentidos do animal humano. Logo passará o seu desenho espetacular e a lembrança do movimento será apenas mais um registro, duvidoso, pendular, das passagens daquilo que foi.
É vã toda tentativa de traduzir o mundo para compreendê-lo e aceitá-lo. Basta olhá-lo no vale, perdoar a fonte pura que tal qual o generoso astro rei, nasce para todos. E “desprezálo”, seguindo o conselho de Nietzche, sem renovar a leitura do bizarro.
Nunca se identificar, jamais
dizer que não ou olhar nos seus olhos. Deixá-los passar,
simplesmente, apagar e esquecer.
Já vai longe o tempo em que as coisas do mundo aconteceram e geraram reações em nossa esfera. Reverberações antigas que passam, circulares, uniformes e cada vez mais pálidas, descoloridas, desimportantes. Apenas lá, guarnecidas nos arquivos mortos da burocracia bisonha do mundo. Ficarão a pairar fantasmagóricas, como ficaram as sombras pré-históricas das cavernas ancestrais, o furor do bicho armado em defesa da continuidade da espécie, sem consciência do ser.
Aqui pululam acossados, os instantes que se seguem ás explosões, ás catástrofes, desastres necessários na humana e pobre natureza dos humanos. Serão breves, porque toda periferia assim o é.
XXI Encontro Regional de Estudantes de Direito e Encontro Regional de Assessoria Jurídica Universitária
“20 anos de Constituição. Parabéns! Por quê?”
ISBN 978-85-61681-00-5
Importa apenas o que permanece, no sempre inimaginável. Mecanismos da lógica são instrumentos da ignorância em tensão superficial. Leve filigrana, véu diáfaníssimo, pele de ovo, filamento intangível, separando o mortal do infinito, o concreto