Este trabalho procura mostrar um panorama cultural de uma Nação com mais de 5.000 anos de história, que se confundem entre relatos de antigos historiadores e um complexo corpus mitológico conhecido como “Lebor Gabála Érenn” (O Livro das Invasões), uma coleção de poemas e narrativas que contam a origem e história do povo irlandês por meio de seus mitos e lendas. Uma nação tão antiga e com costumes e história muito importantes no cenário mundial. Suas lendas foram espalhadas pela Europa, sua exuberância física era conhecida desde os tempos do império romano; “um lugar onde o ouro brota em pedra e um tapete esmeralda cobre toda a terra”, diziam os historiadores greco-romanos. Chamada de Hibérnia por eles, a ilha ficou alheia à influência cultural do Império Romano, seu território nunca foi conquistado por eles e nem mesmo acampamentos militares foram estabelecidos na região. Seus guerreiros, quase nunca vistos pelos legionários, assustavam pela coragem de guerrearem de peito nu, sem proteção alguma (fato documentado por Tácito e Políbio). Um povo orgulhoso de suas tradições ancestrais que não permitiu que os relatos de seu mundo antigo morressem nem mesmo na era cristã. Forçados a deixarem sua terra natal por inúmeras razões, muitos irlandeses se espalharam pelo mundo. Na América, foram responsáveis pela consolidação de tradições como Halloween e St. Patrick’s Day, pela influência no gênero musical bluegrass e country e na mistura de sua dança tradicional com o Jazz do novo mundo, fazendo surgir o sapateado americano. Muitos desconhecem que muitas histórias sobre fadas, duendes, guardiões de potes de ouro ao fim do arco-íris provém da Ilha Esmeralda, da terra do trevo, do lugar que esconde em seus mais remotos confins os segredos de um mundo antigo, mas nunca esquecido, a terra natal de Yeats e Wilde, de Morrison e Joyce. Seu legado e seus costumes serão abordados sem levar em conta a separação política entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte (parte