Sociologia das migrações
Ação Social na Área da Saúde Mental
Universidade Aberta
2012/2013
Pode afirmar-se que, a Doença Mental foi ao longo da História compreendida e interpretada das mais variadas formas. Neste sentido, e conforme o proposto neste e-fólio, será necessário, fazer uma abordagem espácio-temporal, no sentido de melhor a compreender. “Os significados associados à loucura e à doença mental são construções socioculturais (Benedict, 1934; Foucault, 1987; Bastid 1967; Deveraux, 1977 in Alves, 2011: 18). “O que é a loucura ou o que é a doença mental numa determinada sociedade pode não ser noutra.” (Alves, 2011: 18) Importa considerar os conceitos de “doença mental” e de “doente mental” que, não podem ser afastados dos conceitos saúde, de doença e doente. Estes conceitos, à imagem de tantos outros, variam de sociedade para sociedade e de época para época. A definição de doença e saúde, mais consensual, é a adotada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A OMS considera que, a saúde está relacionada com o bem-estar físico, mental e social, enquanto a doença um desequilíbrio do individuo causado por um desregulamento seus órgãos, influenciando assim o ambiente tanto ao nível familiar e social. Nesta prespetiva surgem assim duas abordagens teorias a marxista e funcionalista. Do ponto de vista psicossocial a doença mental é a interação entre três fatores – biológicos, psicológicos e sociais. Desta forma torna-se impossível analisar a doença mental e os seus impactos isolando cada um dos fatores, ainda que, os fatores sociais ocupem um lugar de destaque. Nos anos 60/70 surge o movimento antipsiquiatria que vem negar o próprio conceito de doença mental, “na medida em que ela não se constitui como doença no mesmo sentido da doença física” (Alves, 2001: 28). Os antipsiquiatras consideram-na uma doença social, ligada à opressão e à exploração das pessoas. Em suma não há loucos, as sociedades é que o são. Este movimento identifica três correntes