Sociologia das Migrações I - Emigração em Angola
Segundo um relatório do Banco Mundial, Portugal é o país europeu de média dimensão mais afetado pela saída de licenciados. Estudos da OCDE indicam que Portugal possui uma das mais altas taxas do que é vulgarmente chamado “fuga de cérebros” com cerca de 20% dos licenciados a abandonarem o país em busca de melhores oportunidades. Esta tendência, à luz das últimas estimativas e dados dispersos, aponta para um aumento exponencial da emigração laboral, em particular nos dois últimos anos, com especial incidência na população jovem ativa e com qualificação superior.
O regresso dos níveis de emigração a valores dos anos 60 é cada vez mais um facto incontestável tendo como principal causa a crise. Esta ter-se-á sentido primeiro nos países do norte da Europa tendo-se posteriormente alargado às economias periféricas. A crise das dívidas soberanas, tendo sido global mas assimétrica, originou em 2008 e 2009 uma ligeira diminuição da emigração portuguesa para, a partir de 2011, se verificar a retoma do crescimento para os níveis alarmantes de hoje, já referidos nalguma comunicação social de “êxodo”, com um número avaliado em 120 mil portugueses/ano a optarem por sair do seu país de origem. Os níveis elevados de desemprego e especialmente do desemprego de longa duração, o aumento da precaridade, o desencanto e a clivagem existente entre cidadãos e Estado\Governo, a par com a globalização, as redes sociais cada vez mais fortes e mais bem organizadas, o rápido e fácil acesso à informação online sobre emprego fora do país, são fatores propícios à emigração no atual contexto económico, social e cultural. Os dados disponíveis apontam a Europa como destino preferido de 80% dos emigrantes portugueses, sendo atualmente o Reino Unido o principal país de destino da emigração portuguesa.
No que respeita à emigração para Angola, a informação obtida baseia-se principalmente em dados dos registos consulares que referem o aumento significativo do